10 de nov. de 2013

Momentos



Das palavras que nunca serão ditas
Das letras que nunca serão  escritas
Das vozes que nunca serão ouvidas
Dos olhares distantes
Das lágrimas vertidas em silêncio
Dos nós que estrangulam a garganta
Do corte... da dor...
Da cicatriz que ficou...

regina ragazzi

8 de nov. de 2013

No reino da fantasmia


Imagem Google


Que olhos são estes...que boca?
Que mãos estas que nunca me alcançam?
Fantasma das minhas noites
Das madrugadas vazias de lua
Teu uivo morreu  na frieza escura da tua boca
Tua sombra(que ainda me assombra)
O vento levou pra outras bandas
No entanto ainda a vejo em meus sonhos febris
Fantasma de mil disfarces
Num deles eras príncipe... depois um sapo...
E eu, passando as folhas de um livro
Àvida de sonhos , de reinos encantados
Vestidos cor-de –rosa...cristal nos sapatos...
Onde o fim das histórias?
Já se passou uma eternidade...
Nesse livro, agora quase em branco
Na minha memória....

regina ragazzi




20 de out. de 2013

Cristalino



Já não importa ...
Depois de um tempo
depurada a água
nada mais sobrou
do rio turvo que corria ao mar
por horas e horas
e incontáveis dias
num tempo que não tem
mais medida
e nem sentido contar

Já é quase verão outra vez
e mais uma vez os feriados
marcados no calendário acontecerão
sem imprevistos

E o rio, de novo cristalino
continuará passando
pelos mesmos lugares
e indo ao  mesmo destino...

regina ragazzi

10 de out. de 2013

Etéreo



O que haverá
que não vejo, que não vejo, que não vejo
mas me chama num desejo que não sei explicar
Não há asas que me levem
Não há sonho que me pouse
nesse etéreo e misterioso lugar...

O que haverá
que eu sinto, que eu sinto, que eu sinto
Pensamentos... visões de um mundo novo
Uma nuvem, um azul onde eu possa repousar
Devaneio...delírio...viagem...
Uma vontade estranha...intensa 
de me aquietar...

regina ragazzi










1 de out. de 2013

Clarice



Clarice morreu
Clarice me fez doer a dor de Clarice
Clarice tinha mãos de nicotina
e olhos de ver longe
Clarice existiu como eu
Eu sou Clarice que já morreu...

regina ragazzi

22 de set. de 2013

18 de set. de 2013

Enquanto lúcida

Quero morrer antes que me atinga a insanidade
Antes que a loucura me tome, me coma, me apague
Quero morrer lúcida... existindo  ainda ...
Quero saber de mim presença constante
Viver apenas a loucura que me consinto
dos sonhos inatingíveis,
 das viagens que me permito
 (sabendo-me sempre)
E sem sequelas após os  voos que faço
Brincar com a vida-de faz de conta-

Quero morrer antes que me atinja a insanidade
Antes que a loucura me tome, me coma, me apague

Oh Deus, piedade!!
Quando chegar a hora me mate.


regina ragazzi

30 de ago. de 2013

As(sombra)

As(s0mbra)

De onde aquela  vaga  sombra
que se assoma à  porta?
Não sei como surgiu  nem à que veio
Mas já eu me tremo toda
de ânsia e desespero
e me escondo, encolhida,
esperando pingar um sol
pra dentro da minha cozinha...

regina ragazzi

5 de ago. de 2013

Revisito-me



Num livro de páginas em branco
Fragmentos fixados na memória
histórias...
Lembro-me de mar e cinzas
e de abismos...
E de pássaros, canções, azuis...
flores perfumes, jasmins...
E de novo o mar e cinzas...
chuva fina, tempestades
e um rio vermelho
E os pássaros, as canções e os azuis...
e  portas se fechando
e  bocas se calando
e uma página negra
E os azuis, as canções, os pássaros, os jasmins, as flores...
...a tempestade, a chuva fina...
o cinza se clareando
as janelas se abrindo
E os pássaros, as canções os azuis....
e o livro se fechando

Uma história com final feliz...

regina ragazzi

22 de jul. de 2013

Fragilidade talvez...



Talvez a noite, o sopro, o frio
Talvez uma chuva fina
que a muito não cai
Talvez a gota rubra no peito
e essa sensação estranha de dor desperta
Talvez um devaneio...i
nexplicável...
regina ragazzi

16 de jun. de 2013

Divagando


Enquanto gritam multidões
Eu permaneço distante
Olhando em outra direção
E também grito
Mas meu grito só eu escuto
Não somo, não subtraio
Não multiplico, nem divido
Só grito
(mudo)
Despercebido...

regina ragazzi

18 de abr. de 2013

Ao som de...


Ao som de...

A música que embala minha poesia hoje
é sempre a mesma, e é sempre triste
Talvez porque seja outono
Talvez porque eu seja outono
Uma música sem letra
que se parece comigo
Às vezes sem palavras
mas dizendo tudo...


Falo do meu eu lírico...

regina ragazzi

14 de abr. de 2013

A parte... o todo... o tudo...



A parte...o todo...o tudo...
Como dar conta de se descobrir?
Quem entende esse mundo dentro de nós?
Quem pode dizer do que perdemos
Do que sentimos... do que vivemos...
Nossa fala é cheia de profundas pausas
O que a gente diz são apenas fragmentos
de histórias
Somos pedaços de filme cortado
e remendos feitos de sonhos
O que é real... o que é imaginário?
Tudo pode ser de repente, ao contrário


(pensamento modificado, interrompido, inacabado...)

regina ragazzi

3 de abr. de 2013

Pro dia nascer feliz



Eu vi a noite chegar
Tão escura e tão má
E fingi não ter medo
Quando olhei no seu olhar
Um olhar que já conheço

Clareou o dia
Quero borboletas, passarinhos
Risos de meninos
Sol ... muita luz
Uma voz que me diga:
"Não tenha medo..."
E faça parar de chover em mim...

regina ragazzi

27 de mar. de 2013

23 de mar. de 2013

Outono





... e a mim ...recolhimento, silêncio
Foi o que o outono me trouxe
Vontade de ninho, cobertor, carinho
Manhãs à janela olhando o infinito
Pensamento distante ... ausência
Sou toda outono... nasci assim
Não por acaso num mês de maio
Deve ter sido um dia cinza...
Dizem que ainda pequena, quase morri
Talvez...
Não sei se estou toda aqui...

regina ragazzi

18 de mar. de 2013

Noite


 Apenas um murmúrio na noite
Um abraço perdido em algum canto
Um orvalho envelhecido escorrendo frio,
por toda a flor

Apenas para que a noite não acabe num grito
A canção sufocando o soluço...roucamente
E depois... o silêncio...


Já adormeceram os pássaros
Recolheram suas asas e com elas seus sonhos
A noite está cega sem lua
E as estrelas apagaram o que lhes foi escrito

A noite é vazio... um labirinto... um abismo...

regina ragazzi

3 de mar. de 2013

Flores e beija-flores


De repente pensei em flores e beija-flores
e me vieram a mente  umas perguntas,
assim... do nada...
Será doce a flor ou bico que beija a flor?
Ser flor é garantia de doce néctar ao beija-flor,
e se não for , ainda assim será beijada?
Perdoem-me flores e beija-flores
Não que eu duvide de nada
Nem sei de onde tirei essas idéias atrapalhadas...

Mas... beija-flor beija a flor se for amarga??

regina ragazzi

2 de mar. de 2013

O rio


... e esse rio que não passa nunca...
Desce doce e lento ao mar
Queria faze-lo passar mais depressa
e depois ve-lo secar
Mas me transborda esse rio, me espelha
Me inunda... quase me afoga
Queria que secasse esse rio
e nascessem flores em seu lugar
Mas ele continua a descer doce e lento ao mar...

regina ragazzi

24 de fev. de 2013

Amo-te





Amo-te
Com esse meu jeito de não saber amar
De não saber me dar por dentro
Mas te amando  intensamente

Amo-te
De um jeito diferente
De um jeito de não querer perder-te
E já sofrendo como se  perdesse

Amo-te
De um jeito egoísta
Porque não aceito t'ua partida
E me parto (inteira) por isso

Amo-te
Sem querer amar-te
Porque não sei amar e perder
Por isso não te amo como sempre desejaste...

regina ragazzi

17 de fev. de 2013

Falando de Outono


Então ele chega, silencioso e frio
E já me veste de nostalgia
E já me despe das flores
que em  meus olhos floriam
Pinta de cinza toda a paisagem

Então ele chega e me abraça inteira
E profundamente invade minh'alma
Eu o recebo, passiva e calma
E ficamos um tempo assim
nos re(conhecendo), nos re(descobrindo)

Então ele chega mais cedo
e toma seu lugar em mim
como antes, do mesmo jeito
E eu me entrego e aceito
...e fim....


regina ragazzi






13 de fev. de 2013

Dos sentires...


Quando não sinto,
sinto que sou:
matéria sem cor
flor sedenta
caída à beira de um rio
sol de falso brilho
... e frio...
alma vazia...

Então eu choro
e imploro pelo menos a dor
Quero sentir algo
seja lá o que for...

regina ragazzi

21 de jan. de 2013

Paraíso!?



Sonhei paraíso
Voar até as nuvens,
pisar de leve estrelas
E o que me vem
são horizontes sem cores
e nuvens negras
tocando águas turvas,
impedindo meu voo

As águas me chamam
Me fazem promessas
de azuis profundos,
de abismos/paraisos
Por um momento vacilo
E  quase mergulho...

regina ragazzi

16 de jan. de 2013

...

 

Ao sol...à chuva... ao vento...
Ainda resistem a primeira linha,
o primeiro verso
de uma poesia não escrita,
abandonada...esquecida...
As palavras apodrecem
Perderam a cor...o viço
A poesia envelhece...

regina ragazzi

13 de jan. de 2013

Arranhaduras


Nenhuma borracha apaga
as arranhaduras que mapeam a minh’alma
Só o tênue fio rubro que lhe escorreu bêbado
e lhe fez o tal desenho é que desapareceu.
Ainda vejo(e nem preciso usar o zoom),
em cada ponto, uma marca
E quando meus olhos se aprofundam
e quase as tocam,
sinto nelas uma sensibilidade que é toda dor.
Confesso: Ainda tremo... e queimo,
e me desmancho de medo.
Então me abandono em profundos devaneios
Quisera não tê-las, ao menos não vê-las,
mas elas são os meus sinais(rubros sinais)
Marcas que não irão se desfazer nunca,
nunca mais...

regina ragazzi




10 de jan. de 2013

Nenhum mal é pleno


Retire  tuas mãos do fogo
E torne tua voz bem doce
O que te anseias é todo dor
Nenhum mal é pleno
Quando se tem amor
O que doas...te volta em dobro
Retire tuas mãos do fogo....

regina ragazzi


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