O que me sangra
não são as feridas que me causaram
mas as que causei
O que me dói não são as minhas dores
mas as dores que provoquei
Me dói também o que não fiz
coisas que eu nem sei
Choro e nem sei porque chorei
Nasci num dia cinza, talvez
Uma alma faltando pedaços
Nunca me completei
Não sei quem sou, não me sinto
Minh'alma busca o silêncio,
a penumbra, a solidão
Meu céu não tem lua,
nem estrelas
Minhas manhãs
se vestem de nuvens negras
Meus dias são sempre
de Outono, de Inverno
Nunca de primavera ou verão
No peito enraizada a tristeza
companheira inseparável
até nas horas que sinto
uma ponta de felicidade
(Ah,sonhar me faz feliz!)
Até me esqueço
que tenho uma alma avessa
e a sinto inteiramente azul
como eu sempre quis
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez uma ode à tristeza
Onde a autora expunha incerteza
Contudo, lindos versos
Ainda que transversos
E dotados de imensurável beleza.
Limerique
ResponderExcluirÉ um triste e magoado coração
Que olha ao redor com apreensão
Com alma opressa
Sua dor não cessa
E a poeta externa sua solidão.